Gustavo D. Fischer e Bárbara Z. Grebin
Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS

 

Resumo

O presente artigo traz alguns resultados da pesquisa “As características midiáticas tensionando o design de interfaces para a web e softwares que operam pela internet: uma análise retroativa e progressiva em busca de categorizações e tendências” (Fischer, 2012) que se encontra em fase de finalização. A pesquisa teve como objetivo geral discutir o papel das características das mídias na evolução do design de interfaces para soluções de comunicação desenvolvidas para a internet, em especial websites e softwares que operam através da rede. Inicialmente, a fundamentação teórica foi fortemente baseada no conceito de remediação (Bolter e Grusin, 1999). Porém, ao incorporar de forma mais efetiva os conceitos e metodologias do grupo de Pesquisa Audiovisualidades e Tecnocultura: Comunicação, Memória e Design (TCAV, 2011), desenvolveram-se costuras mais sólidas com os conceitos de Interface cultural e Software Cultural através do trabalho de Lev Manovich (2001) e de tecnocultura em McLuhan (1967, 2005) e Flusser (2002). A essa base teórica foi incorporado o que denominamos como “agir arqueológico” sobre as interfaces, em uma exploração caracterizada como um olhar progressivo e retroativo proposto como metodologia (resgatando e recuperando antigas interfaces websites e softwares), permitindo com que a discussão das características das mídias na evolução das interfaces culturais recebesse a contribuição das reflexões de autores vinculados a uma reflexão em torno do conceito de “arqueologia das mídias” através das contribuições de Parikka (2011), Huhtamo (2011), Ernst (2011) e Chun (2011). A análise das interfaces, a partir deste “agir arqueológico”, foi instrumentalizada pelo movimento de dissecação, adaptado da proposta Kilpp (2006) para pensar a televisão, e concretizada na exploração dos materiais empíricos. Com isso, partiu-se para a análise de diferentes conjuntos de interfaces culturais, tais como as oriundas de hotsites (websites orientados para fins promocionais/publicitários), sites de inserção, visualização e compartilhamento de dados (YouTube), softwares que operam pela Internet (iTunes) e páginas de marcas (Fanpages) do site de rede social Facebook, possibilitando o cotejamento de moldurações (conceito também trazido através de Kilpp, 2006) mais midiáticas (remediação do audiovisual, do design gráfico, da retórica publicitária) e outras oriundas de uma softwarização da cultura. Por fim, propõe-se que o “agir arqueológico” em combinação com a perspectiva tecnocultural na dissecação dos materiais, permite avanços na identificação das lógicas operativas (Fischer, 2008) de websites e demais interfaces culturais que operam pela internet.

 

Abstract

This work presents some parts of the research on "The mediatic features tensing the design of interfaces for web and software operating via the internet: a retrospective and progressive analysis in search of categorizations and tendencies" (Fischer, 2012) which is in its final stages. The research had as main objective to discuss the role of media characteristics in the evolution of interface design for communication solutions developed for the internet, especially websites and softwares that work through the internet. At first, the theoretical foundation was heavily based on the concept of remediation (Bolter and Grusin, 1999). However, incorporating more effectively the concepts and methodologies of the Research Group Audiovisualities and Technoculture: Communication, Memory and Design (TCAV, 2011), stronger seams were developed with the concepts of Cultural Interface and Cultural Software through the work of Lev Manovich (2001) and technoculture of McLuhan (1967, 2005) and Flusser (2002). To this theoretical basis, what we call a "archaeological act" was incorporated to the interfaces, on a scanning characterized as a progressive and retroactive gaze proposed as methodology (rescuing and restoring old websites and software interfaces), allowing the discussion about media characteristics in the evolution of cultural interfaces had the contribution of reflections from authors linked to the concept of "archeology of the media" through the contributions of Parikka (2011), Huhtamo (2011), Ernst (2011) and Chun (2011) . The analysis of interfaces, from this “archeological act” was manipulated by the dissection motion, adapted from Kilpp (2006) proposal to think about television, and materialized in the scanning of empirical materials. With that, it departed to the analysis of different sets of cultural interfaces, such as those from hotsites (websites oriented to promotional / advertising means), insertion, visualization and data sharing sites (YouTube), software operating on the Internet (iTunes) and brand pages (Fanpages) from the social network site Facebook, enabling the use of the enframing perspective (concept also brought by Kilpp, 2006) more media (audiovisual, graphic design, advertising rhetoric remediation) and others derived from a software culture. At last, it is proposed that the "archaeological act" in combination with a technocultural angle in dissecting materials, allows advances in identifying operational logics (Fischer, 2008) of websites and other cultural interfaces that operate over the Internet.

 

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