Escritor, pesquisador e representante de uma geração de pesquisadores no campo dos processos culturais, Ford se dedicou tanto a análise teórica como na atividade cultural: fundou revistas e participou em projetos editoriais e dirigiu espaços acadêmicos.


Nascido em Buenos Aires em 13 de setembro de 1934, Ford estudou medicina na década de 50, porém em seguida decidiu pela sua vocação por letras. Obteve sua licenciatura nesta área na Faculdade de Filosofia e Letras da UBA em 1961. Formou parte das equipes da primeira etapa de Eudeba e em 1966, depois da "Noche de los Bastones Largos", foi um dos fundadores do Centro Editor da América Latina.


Preso durante a ditadura de Onganía, teve distintos ofícios enquanto publicava na "La Opinión Cultural". Foi professor de Introdução a Literatura na UBA, redator do jornal Notícias, chefe de redação da revista Crisis e colunista na "La Opinión".


Formou parte do grupo fundador da carreira de Ciências da Comunicação na UBA, junto com Oscar Steimberg, Oscar Traversa, Alicia Entel e Nicolás Casullo, e a dirigiu desde 1988. Foi professor titular de Teorias sobre o jornalismo, pesquisador do Instituto Gino Germani e diretor de mestrado em Comunicação e Cultura. Em sua última sessão, o Conselho Diretor da faculdade o havia nomeado professor emérito.


Viajante incansável, publicou ficções as obras "Sumbosa", "Ramos Generales", "Los diferentes ruidos del agua y Oxidación", entre outros. Em artigos, "Medios de comunicación y cultura popular", "Navegaciones", "La marca de la bestia y Resto del mundo". No ano passado, criou a revista digital Alambre.


Anibal Ford representa a toda uma geração com incidência na comunicação e cultura na Argentina. Seu legado está em uma perspectiva analítica da cultura, a preocupação pelos processos tecnológicos e a globalização, e a inquietação pela intervenção cultural.

 

Fonte: La Nacion