Ivan Capeller
Entre aqui o nome da instituição acadêmica

 

Resumo

Entre a estética e a semiótica dos sons, o campo do audível é atravessado por oscilações capazes de transbordar certos limiares do sensível, ora recortando mais claramente suas margens e fronteiras, ora desmanchando irremediavelmente as linhas que ligam o som ao sentido em um curto-circuito em que os signos circulam em constante disjunção. Um mapeamento das fissuras que partilham o campo do audível entre o som e o sentido permite a articulação dos três regimes de partilha do sensível (ético, poético-mimético e estético), teorizados por Jacques Rancière, com os três modos de escuta (reduzida, causal, semântica) descritos por Michel Chion. A lógica tricotômica das categorias fenomenológicas de Peirce (primeiridade, secundidade e terceiridade) gera combinações triádicas entre modos de escuta, regimes de partilha do sensível e processos de significação. O campo do audível se desdobra entre seus modos de escuta, de forma simultânea e\ou sucessiva, de acordo com a seguinte tripartição: a) redução à dimensão ética de uma estrita regulação das suas próprias variações de intensidade e altura, b) representação segundo critérios miméticos de atribuição causal dos sons às suas fontes, supostas ou não, c) semantização em uma sequência significante de sons organizados de acordo com um código qualquer.

 

Abstract

In what ways the study of sounds and of the audible field allows a reevaluation of questions regarding C.S.Peirce’s semiotics and its implications to the philosophy of language? This essay is an attempt to rethink the relationship between the mimetic and the semiotic elements of language through a research on how the process of hearing relates to sounds and meaning. To draw a map of the audible field, one must follow Peirce’s triadic logic in a double articulation of Jacques Rancière’s three political orders of sensitivity (ethical, poetical and aesthetical) with Michel Chion’s three ways of hearing (reduced, causal, semantical). Peirce’s three logical categories (firstness, secondness and thirdness) enables numberless triadic combinations between ways of hearing, orders of sensitivity and the signifier’s operations. The audible field unfolds itself according to the following partition: a) reduction to the ethical dimension of a strict regulation of its own volume and pitch variations; b) representation according to mimetical criteria of causal attribution of sounds to its supposed sources; c) linearization into a signifying sequence of organized coded sounds. The final result is a semiotic understanding of the audible field as an organized gap between sounds and signs.

 

Texto completo: PDF