Marcelo Igor de Sousa
Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS/Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS

 

Resumo

A proposta deste artigo é avaliar o site Participatório, do Governo Federal, que propõe reconfiguração do exercício do poder a partir das possibilidades das novas mídias. Afirma-se que os dispositivos comunicacionais favorecem o contato do cidadão com as informações públicas e diminuem a distância entre esse cidadão e o governo. Esse contexto acaba por cobrar, também, uma antecipação por parte do Governo: a responsividade, por meio de espaços de abertura, transparência e participação. São inferências: nessa relação está tensionado o contraste entre a tradicional rigidez da esfera governamental e a informalidade do ciberespaço; e a responsividade esbarra na desconfiança dos cidadãos acerca da implantação de ferramentas descentralizadoras. A conferência de poder de decisão é monitorada, regrada e pode ter o efeito contrário do esperado quando gera a sensação de falsa abertura, com o risco de a ação se voltar contra a esfera governamental. O foco está na percepção da relação de vigilância entre cidadãos, atores políticos e instituições.

 

Abstract

The purpose of this article is to evaluate the site of the Federal Government of Brazil: Participatório, which proposes reconfiguring the exercise of power from the possibilities of new media. It is stated that the communication devices favor the contact of citizens with public information and decrease the distance between the citizen and the government. This context requires also an anticipation by the Government: responsivity, by opening of spaces, transparency and participation. Are inferences: this relation is stressed the contrast between the traditional rigidity of the governmental sphere and the informality of cyberspace; and responsivity comes up against the distrust of citizens about the implementation of decentralization tools. The decision of power transfer is monitored, regulated and may have the opposite of the desired effect when generating a false sense of openness, with the risk of action to turn against the government sphere. The focus is on the perception of surveillance relation between citizens, political actors and institutions.

 

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