Gustavo Said e Irv Goldman
Universidade Federal do Piauí - UFPI / Windsor University, Canadá

 

Resumo

O artigo aponta para a relação entre a Metodologia Q, criada em 1935 pelo físico e psicólogo inglês William Stephenson, e os discursos correntes das ciências humanas de matriz interpretativista. O projeto das ciências subjetivo-interpretativistas coloca a Metodologia Q como um método distinto para a interrogação do mundo social e da subjetividade que compartilha algumas afinidades intelectuais com o ‘giro linguístico’ dos anos 60. Do ponto de vista ontológico, o método Q abandona o modelo hipotético-dedutivo e incorpora uma abordagem quântica da mente baseada não numa analogia, mas, ao contrário, em idênticas fundações matemáticas (análise fatorial). Neste sentido, o artigo também discute a Metodologia Q e a Play Theory como uma proposta corretiva à tradição dos efeitos nos estudos de mídia, defendendo uma abordagem histórico-cultural condizente com o projeto crítico dos estudos culturais.

 

Abstract

The paper addresses the relationship between Q methodology and current discourse within the interpretive human sciences. While Q shares some intellectual affinity with the linguistic turn, some fundamental epistemological and ontological departures position the subjective science project as a distinct method for interrogating the social world. Ontologically Q method moved away from the hypothetic-deductive model incorporating a quantum approach to mind based not on analogy but rather on identical mathematical foundations. The paper also touches on Stephenson’s play theory and Q as a corrective to the effects tradition in media studies, arguing for a cultural-historical approach consistent with critical cultural studies project.

 

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